quarta-feira, 8 de novembro de 2006

os canhões e o garoto

sinto-me sempre voltando a falar
talvez seja engano porque tudo se começa, não há volta
assim, de início, sempre como nada, já nada deixo de ser
é atividade de carrinho de rolimã abrir veredas
ou mesmo seja brincar de elástico
o meio é o fim

vale pular de abismo, ou sonhar água correndo
tanto faz, como diria o rapaz: “seja o que for”
agora, a bola da vez já deixou de ser o resultado das eleições
apontam os canhões para os aeroportos do Brasil
daqui há pouco outro garoto estará estendido no chão
virá uma foto medir o tamanho da notícia
a quantidade de letras para a chamada
quem sabe caia no lixo esquecido das realidades
e o corpo morto sempre gritando entre os lençóis

tentando voltar

mas deve ser engano, não há volta
sempre como nada, o fim é o fim mesmo
vale pular a realidade, mas tudo começa agora
esquecido o resultado das eleições, tanto faz
no lixo uma foto dos canhões e o garoto