o movimento interno das vísceras e dos sentidos
desfila no meio-fio que separa o passeio da rua
nas extremidades o homem e seus princípios desentendem-se
carne e asfalto são paralelas que se cruzarão no (in)finito
meias de lã e gravatas misturam-se a colchonetes sem abrigo
não há provimento possível para a desesperança
o silêncio dos passos cruza o barulho constante
rumo ao verso anti-penúltimo do poema
no instante anterior ao fim: cai o corpo entrelaçado ao chão
o personagem morre preso à própria alma
o organismo disfunciona as partes
a cidade vomita o homem e o devora
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
o homem e a cidade
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